terça-feira, 5 de julho de 2011

Fortalecimento dos grupos de base - Texto


Para uma organização dos grupos de base e consolidação das suas ações é necessário que planejem, criem um calendário de atividades pensando sempre o que está correlacionado com o que vão fazer. 

A correlação diz respeito aos prós e aos contras, e principalmente aquilo que interfere diretamente na vida cotidiana dos e das jovens. Os formatos de reuniões dos grupos de jovens (aqueles tradicionais aos domingos que estudam uma temática qualquer, que cantam, dançam e se confraternizam) sozinhos já não superam os anseios das juventudes, a conjuntura da pós-modernidade em que vivemos é truculenta, desestabiliza as organizações populares, aquilo que se fecha tende a resolver só as situações momentâneas das pessoas que estão participando daquela “atividade de domingo”, quando se pensa em uma ação que não só interfira no meu grupo, mas que oriente a pensar o contorno, na comunidade, no macro o grupo começará a produzir cidadania, se fortalece e fortalece a consciência crítica dos seus participantes.

Ora, se o grupo de base, no seu planejamento, na sua organização mensal, semestral ou anual entende que é necessário no decorrer do processo estabelecer rodas de diálogos para a comunidade em que está inserido, o grupo de base trabalhará em função desta ação, há que se ter um norte central para suas ações. É necessário os grupos de jovens se fortalecerem a partir de um ponto fixo interventor, que é o ponto que contribui para a sustentação dos grupos, que podem ser: peças teatrais, rodas de diálogos, informativos comunitários, audiências públicas, etc. Mas que seja sistemático e contínio, não exclusivamente pontual.

Quando o grupo de jovem limita-se a encontrar-se uma vez por semana para discutir temáticas sem propor nada de concreto, ele pode cair na mesmice, no ostracismo, no vazio. Não quero aqui desqualificar nenhum grupo jovem que se organize nesta forma, quero dizer que é necessário ir além, fazer mais, a lutar junto com a comunidade por ações concretas, que contribuem com a consciência crítica, exerça cidadania e passe a se firmar enquanto grupo organizado. Há que enfrentarmos os desafios da pós-modernidade e para isso se faz mais que necessário pensarmos em ações continuadas e de caráter social.

Outra “tecla que precisamos bater” é que devemos incentivar aos que frequentam os grupos de jovens a estarem participando de conferências, conselhos de saúde, de direitos, há necessidade de aquecer o trabalho de base, reerguer o movimento popular. Enquanto estivermos participando do grupo que o grupo seja a nossa vida, que faça parte por inteiro de nossas andanças. Silvano Silvério, amigo e militante da Pastoral da Juventude do Meio Popular, disse uma vez que “enquanto a PJMP não for prioridade nas nossas vidas ela nunca caminhará bem”. Tudo que fizermos devemos fazer com amor, com perseverança, com ternura e resistência.

Raros são os grupos de jovens que passam mais de cinco anos “vivos”, até mesmo pela necessidade da rotatividade das pessoas, das indas e vindas, muitos jovens se casam, arranjam empregos, etc. Daí mais um desafio está posto, como suprir isso? Como garantir a continuidade do grupo? Enfatizo mais uma vez que se não houver planejamento, garantia do protagonismo dos jovens inseridos e formação política, o grupo não só vai morrer, o grupo vai morrer e não deixará “frutos”. Que não seja obstáculo a “mudança de vida”, casamentos, empregos, seja parte do processo. É necessário aliar a “mudança de vida” à luta comunitária.

Padre Antônio Murilo (Pároco da arquidiocese de Natal) sabiamente conta uma história interessante que os jovens costumam dizer: “Eu era um jovem que trabalhava muito com o meu grupo de base, agora eu sai, agora eu vou cuidar da minha vida”. O e a jovem necessita entender que quando está inserido no grupo de base também está cuidado de sua vida e cuidando de forma a contribuir com coisas maiores, com a melhoria de vida das pessoas, começa também a se preocupar com a preocupação dos outros, dos nossos irmãos e irmãs. Um amigo me disse certa vez equivocadamente que parou no tempo, por esquecer tudo e se dedicar por inteiro a PJMP.

Enfatizo de que não quero e nem posso dizer aqui da não importância dos encontros semanais dos grupos de base, pelo contrário, reafirmo a necessidade, a importância desses encontros, mas que além de apenas um encontro seja um momento de pensarem como podem por em prática o que foi discutido pelo coletivo através da sua organização, do seu planejamento.

São inúmeros os desafios que temos que enfrentar, quando se forma um grupo e ainda mais, quando tentamos organizar este grupo de forma planejada, de forma interventora os desafios se triplicam, por que o sistema que oprime trás “manobras subliminares” que dificultará tudo aquilo que “cheira” a mudanças ao eixo do poder, pois quando as pessoas pensam, faz mudar.

André Fidelis
Militante da PJMP
Neyl Santos Web Developer

Recifense de 23 anos (1990), amante da boa música e da simplicidade. Militante socialista e estudante de Direito. Sportano e juntador de palavras

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